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Comunidade do Livramento: Vida social e Natureza

  • Foto do escritor: CACHAPANDO
    CACHAPANDO
  • 6 de mar. de 2018
  • 3 min de leitura

Existe uma luta para a conservação das características da comunidade, cuja existência não está isenta dos avanços do dito desenvolvimento contemporâneo.



Partindo da Marina do David, gerenciada pela ACAMDAF (Cooperativa Dos Profissionais De Transporte Fluvial Da Marina do David), diversos destinos para comunidades do entorno do Tarumã-Mirim podem ser contemplados. Uma visita rápida a uma dessas comunidades, a Comunidade de Nossa Senhora do Livramento, localizada à margem esquerda do baixo Rio Negro, dar-lhe-á um breve panorama das comunidades rurais do entorno da cidade de Manaus. O igapó na parte de trás da comunidade é perigoso ao banho, por ter uma concentração elevada de piranhas, os moradores denunciam aqueles possuidores de alta renda que, com seus iates e lanchas, poluem as águas com restos das mais diversas carnes, assim, atraindo esses peixes para a localidade e inviabilizando o que antes era uma área de banho na vazante. O Igapó serve basicamente às comunidades indígenas para lavagem de roupas. Observei três etnias que ali vivem, sendo elas: Baré, Dessana e Miranha. Na comunidade também vive um artista plástico oriundo de Parintins, Luiz Salgado, cujo trabalho consolidado e, ao mesmo tempo, em retiro, rende um ótimo bate-papo aos que gostam das artes; mas cuidado! Algumas de suas opiniões são um pouco polêmicas, porém, boa parte apenas aos primeiros contatos sonoros de sua fala. O ateliê da comunidade pertence a ele e, quem o visita, maravilha-se perante um artista que se intitula “cem estilos”, com seu trocadilho que remete à diversidade de técnicas para as mais diversas mídias de arte (seja entalhe, seja tela etc.).



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Lago do "Escondidinho". Foto: Daniel Vilhena


Não cheguei a percorrer toda a comunidade, mas quem dispuser de mais tempo para esse choque de contraste com a vida urbana de Manaus, poderá se aventurar nas diversas trilhas existentes, que vão de quedas d’água a lagos deslumbrantes na vazante (e águas perfeitas para mergulhar e espantar o calor amazonense). Um desses lagos, o “Escondidinho”, foi o que visitei com a minha esposa, e é simplesmente um lugar magnífico! Uma surpresa também saltou aos olhos: acontecia o campeonato de futebol das comunidades do Tarumã-Mirim, mobilizando toda a vida social da localidade que, simplesmente, parou para assistir às partidas jogadas no campo peculiar, de área regida pela frondosa sombra de um Jatobá. No entanto, ninguém quis informar o placar da partida testemunhada. A noite nunca é silenciosa e os sons fantasmagóricos da floresta ecoam por todas as partes, uma sinfonia natural de seres sem rosto no breu da madrugada. Deleita-se com o apurar dos sentidos, com o voar da imaginação, sente-se parte de algo maior, desobstruído da poluição sonora da cidade (apesar de que, talvez, depare-se com a poluição sonora de algum bar às alturas, destonando da localidade e, ao mesmo tempo, trazendo-lhe um pouco de volta à realidade urbana em um brega sussurrado a meio vento). Existe uma luta para a conservação das características da comunidade, cuja existência não está isenta dos avanços do dito desenvolvimento contemporâneo. Projetos são desenvolvidos para conscientização dos moradores e visitantes, sobretudo aos mais jovens, que são ludibriados pelas "vantagens" do grande Leviatã, Manaus.



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Partida realizada pelo campeonato das comunidades do Tarumã-Mirim. Foto: Daniel Vilhena


Caso alguém que ir a um local para hospedagem, existe uma pequena casa aconchegante na parte alta da Comunidade do Livramento, onde o compartilhamento de ideias e coletividade torna a estadia mais rica ainda de aprendizados. A casa é gerida por Yanka Alves (estudante de engenharia florestal da UFAM). Caso haja interesse, o contato é: (92) 99456-2762.


Aconselho ir de mente aberta visitar as comunidades rurais de Manaus e deixar na cidade os seus pesares. Abra-se para as demais experiências de vida e descubra os múltiplos modos de enxergar o mundo e, porque não, até os problemas.



PROJETO

Se você conhece algum projeto, ONGs ou gostaria de contar sua experiência de vida, envie um email ou entre em contato com os nossos editores para você participar da nossa coluna “Eu Faço História”, ficaremos felizes em contar suas experiências aos alunos da UFAM.


Daniel Vilhena

danielvilhenaxx@gmail.com

 
 
 

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