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ESÚ: A genialidade de um semideus soteropolitano

  • Foto do escritor: CACHAPANDO
    CACHAPANDO
  • 6 de mar. de 2018
  • 2 min de leitura

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RESENHA


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“Metade homem, metade deus, e os dois sentem medo de mim.” A frase presente na faixa-título do álbum de estreia de Diogo Moncorvo, ou Baco Exu do Blues, resume perfeitamente a mensagem que a obra pretende passar para quem ouve Esú. O rapper baiano ganhou destaque no cenário nacional após o lançamento da polêmica “Sulicídio” (em colaboração com o pernambucano Diomedes Chinaski), música considerada um marco histórico do por ter aberto portas à MCs de vários regiões fora do eixo Rio-São Paulo, e assim conseguiu firmar de forma definitiva o seu nome na história do rap brasileiro.


Após um ano de “Sulicídio”, Baco surpreende a todos com um álbum de estreia que pode fazer o ouvinte transcender acerca de temas diversos como o empoderamento do povo negro, a conexão entre homens e deuses, amor marginal e depressão. Esú é um álbum conceitual, onde cada faixa se conecta mesmo que os temas se diferenciem em certos momentos. O disco carrega muitos questionamentos sobre a ideia do semideus, se somos homens ou deuses baseado nos poderes que temos. A desconstrução da ideia de um relacionamento totalmente amoroso aparece em “Te Amo Disgraça”, a faixa mais ouvida nos serviços de streaming. O mal do século encontra-se em “En Tu Mira”, única música do álbum que contém um videoclipe.


“Capitães de Areia” surpreende o ouvinte com versos poderosos que evocam o empoderamento negro, acompanhados por um instrumental pesado com notória influência da Nação Zumbi. Quanto à musicalidade presente do disco, vemos uma combinação de trap com influências afro-brasileiras. A produção fica a cargo de Nansy Silvv, e conta com a participação especial de KL Jay, responsável pelos beats e arranhões dos Racionais, na faixa de introdução. O encarte conta com o trabalho fotográfico de Mário Cravo Neto (1947-2009), e a capa fica a cargo de David Campbell.


Baco nos mostra em seu álbum de estreia a forte ligação que os seres humanos estabelecem com seus deuses em momentos de glória e de angústia, assim como a similaridade entre as próprias divindades, visto o conceito da capa, que transforma o nome de Jesus em uma das grafias de Exu, formando o título da obra. Com uma estreia que, mesmo após um ano de seu lançamento, tem repercutido bastante por todo o cenário musical brasileiro, o semideus soteropolitano nos mostra seu enorme potencial de conquistar cada vez mais seu lugar dentre os grandes artistas de rap e hip hop do Brasil, e que vários caminhos serão abertos para que Exu possa passar.


Vinícius Braga

cachavirtual@gmai.com


 
 
 

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